Seguradora britânica reduz o preço do plano de saúde para os que levam uma vida saudável (e supermonitorada)

Planos de Saude - São Paulo SP

Academias custam caro? Não para os clientes da segunda maior seguradora do Reino Unido, a PruHealth. Eles pagam apenas três mensalidades por ano para malhar. Que tal deixar o carro e caminhar para o trabalho? O podômetro com monitor cardíaco é presenteado pela empresa, que também oferece bicicletas para quem assim preferir. Mas o empurrãozinho definitivo vem mesmo na fatura do plano de saúde: os descontos começam em 20% e crescem de forma ilimitada, de acordo com o compromisso do segurado com hábitos saudáveis.
O contador James Baddeley, de 43 anos, diz ter reduzido quase cinco vezes o custo de sua apólice - que inclui a mulher, de 39 anos, e dois filhos adolescentes. Antes da adesão ao programa pagava £ 1.980 (US$ 3,8 mil) por ano. Agora, paga £ 400 (US$ 785). O desconto veio depois que a família se submeteu a uma completa avaliação de saúde e mexeu na rotina para incorporar exercícios regulares e uma dieta equilibrada. As metas estabelecidas pelos médicos do convênio - como redução do peso e das taxas de colesterol - são monitoradas pela PruHealth. A academia que a mulher e os filhos de Baddeley freqüentam envia um relatório de presença mensal. As sessões de caminhada registradas no podômetro são transmitidas por e-mail. Frutas e legumes comprados na rede de supermercados J. Sainsbury são computadas num cartão de fidelidade e rendem pontos adicionais.
É claro que um sistema de incentivos agressivo desperta o senso de oportunidade. Mais de 60 mil clientes foram atraídos em um ano, e 12% dos pacientes antes classificados como obesos perderam peso. A concorrência também sinaliza que o modelo de negócios faz sentido. Três rivais da PruHealth lançaram programas similares, concedendo descontos em academias e planos mais baratos para vegetarianos. A novidade ainda não chegou ao Brasil. Diz Alexandre Espinosa, consultor sênior da área de saúde e benefícios da Mercer Consulting: "Os planos operam numa espécie de mutualismo, em que os menos saudáveis consomem mais serviços médicos e inflacionam a tarifa paga por quem está em boa forma".