Planos de Saude - São Paulo SP
Uma das primeiras preocupações de quem compra um carro ou uma moto é fazer um seguro. Mas essa busca por tranqüilidade pode virar uma grande dor de cabeça, se o consumidor não fizer uma boa pesquisa de preços, até mesmo antes de tomar posse do veículo. No caso dos automóveis, a diferença entre as seguradoras pode chegar a 30% e passar de 100% do valor, se for um modelo de luxo.
A professora e consultora de marketing Maura Xerfan conta que decidiu trocar de seguradora no início do ano por causa da diferença de valor, que chegava a 15%.
- Eu tinha um seguro da Porto Seguro, pelo benefício do estacionamento, mas não valia a pena e mudei para a SulAmérica. O que a gente quer é desconto e o seguro. O estacionamento é uma cortesia - avalia Maura.
Já quem sonha com a liberdade que uma moto oferece pode acabar tendo dificuldade para encontrar seguro que proteja o seu bem. Hoje, poucas seguradoras oferecem o produto. E, nas que têm, só vale para motos de altas cilindradas e mais sofisticadas, que chegam a valer mais de R$ 20 mil. Seguradoras já avaliam trechos de ruas de segurados
Segundo César Cavalcante, o Cavalka, sócio-fundador da corretora de seguros AllRiders, de São Paulo, especializada em motocicletas, atualmente apenas Porto Seguro, Bradesco, AGF, Alfa e Mapfre fazem seguros de motos, mas para alta cilindrada. Para a baixa - e, mesmo assim, a partir de 250 cilindradas -, segundo especialistas, apenas a Porto Seguro e a AGF oferecem. As motos mais usadas no país são as de 125 cilindradas. Ele criou o seguro para motos em 2000, quando estava na seguradora Liberty Paulista.
- O sujeito tinha um Vectra de R$ 40 mil, que usava todo dia, e o seguro valia R$ 4 mil. O seguro da moto Harley-Davidson, que também custava R$ 40 mil e ele só usava no fim de semana, era R$ 10 mil - diz.
O corretor Gustavo Cunha Mello, sócio da Correcta Seguros, conta que os preços dos seguros, que já variavam de acordo com o bairro do segurado - pelos cinco primeiros dígitos do CEP-, já começam a ter diferenças pela rua - pelos três últimos dígitos.
O corretor contesta a idéia de que os seguros no Rio e em São Paulo são caros pela violência. Segundo ele, embora as cidades registrem o maior número total de roubos, apenas 1,45% dos veículos segurados nas regiões apresentam este tipo de reclamação às seguradoras. Já enquanto a média de colisões nacional é 12%, nas duas capitais o índice chega a 26,57%, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos (Anfavea).
- O pessoal dirige mal, avança mais o sinal, bate mais com carro, e isso se reflete em mais sinistros, cobra mais das seguradoras - ele afirma.
Segundo Cunha Mello, de 2004 a 2007 as seguradoras reajustaram seus preços em 36%, ou seja, 70,13% acima da inflação medida pelo IPCA no período, de 21,16%. O especialista diz que faltam ao mercado de seguros de automóveis produtos novos. Ele sugere seguros que levem em conta a pontuação do segurado na carteira de habilitação.
Para atender motos, ele sugere a instalação de rastreadores, o estabelecimento de limites de valor de sinistro a serem pagos (chamado "stop loss"), a exigência de um período sem sinistros, além de treinamento para motoqueiros:
- As seguradoras estimam que de 30% a 40% da frota estejam seguradas e acham que não precisam mudar produtos e só fazem guerras de preços.
Comparando números da Susep e da Anfavea, ele estima que, hoje, 58,64% da frota esteja segurada. O restante seria referente a veículos grandes, como ônibus e caminhões, que não fazem seguros, além de motos.
Ele também questiona a noção de que veículos mais velhos custam mais à seguradora. Ele avalia que 51% dos veículos segurados têm menos de cinco anos e, ainda assim, representam 73% dos sinistros, devido a peças e oficina mais caras.
O diretor da Federação Nacional de Seguros Gerais, Neival Rodrigues Freitas, lembra que os preços dos seguros de automóveis caíram 14,8% em 2007. Um dos fatores foi o maior uso do rastreador, além da redução no número de roubos e do aumento nas recuperações de veículos. Para reduzir preços, ele diz que a entidade defende um projeto de lei do senador Romeu Tuma (PTB-SP) que propõe criação de desmanches legais, com peças de veículos recuperados, para reposição em sinistros. Entenda melhor as regras
Sinistro
É a ocorrência que provoca o acionamento do seguro. No caso do automóvel, um roubo ou um acidente.
Prêmio
É o valor pago anual ou mensalmente à seguradora. Se o seguro não for acionado, o valor fica para a companhia de seguro. Por isso, é chamado de "prêmio".
Apólice
Documento com as condições de cobertura do seguro.
Franquia
Valor pago pelo segurado no acionamento do seguro.
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